quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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Existem coisas inefáveis. Coisas que acontecem e que me deixam literalmente sem pio. Num estado em que não consigo dizer nada. Porque perante o acontecimento não existem palavras que possam demonstrar o que é sentido bem por dentro.

Como já disse noutros meandros, eu não sou uma pessoa de flores. Não é coisa que me dê vontade de dar. Ou receber. Não é uma coisa minha. Ponto. Portanto, receber este bouquet lindíssimo, mágico, cheio de cores e de efectivamente muito bom gosto não era algo que estivesse à espera. Na verdade, eu apenas contava receber uma fotografia que me foi oferecida em palavra e agora no acto. Contava receber mas nem sabia quando. Bem, a minha fotografia foi recebida acompanhada deste gesto. E não será de todo possível esquecer o momento em que pela primeira vez alguém me ofereceu um bouquet. Wordless.

Após o choque de ter visto derretida por esta imensa surpresa, surgiram as várias questões dos colegas de trabalho: "Ahhh muito bem, quem é ele?" "Seja quem for tem muito bom gosto" "O seu namorado não se incomoda de ter quem lhe envie flores tão bonitas" (eu nunca disse que namorava, mas ok).

A minha resposta foi que eram de um admirador secreto. Mas foram uma prenda de uma mulher mais que especial. Uma minha pessoa. Tantas vezes a minha paz, a minha calma, o meu riso, o meu sorriso. Tantas vezes tanta coisa em mim.

Jamais esquecerei este gesto. Continuo sem palavras. É bom sabê-la aqui. Tão perto, na verdade.


Um mundo de si.

A sua Gui.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  2. ...são lindas,e tu mereces!!!

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  3. ...
    ..
    .

    Algures, fantasio, que conhece e espera ler as palavras que lhe venho escrever.

    Sei que, sentirá, que nem "tudo estava dito". Mas, ambas sabemos, no espaço que criamos nunca "tudo" estaria dito/escrito.


    "Um espaço de liberdade(s)! Sem limites. Sem censuras."

    Foi o espaço que lhe prometi. Sei que lho proporcionei. Mais, muito mais do que isso.

    Criamos, juntas, um espaço de entregas e partilhas. Nem sempre na mesma proporção (eu sei) investimos, embarcamos, profunda e completamente nas palavras e sentires.

    De mim, direi que, ultrapassadas as desconfianças iniciais, Partilhei de mim. Atrevi-me e delirei no seus delirios, acompanhei-a quando se perdia em dizeres e sabores, descrições, virgulas, pontos...

    fui colo e abraço, a protectora, a vigilante e confidente, a conselheira, a companheira "de armas e caminhos" de "suores, lágrimas e alegrias", e... E, é como diz: bonito e nosso.

    Como lhe garanti: Um espaço de liberdade! Sem limites. Sem censuras.

    Hoje, venho honrar a promessa. Ainda que de forma diferente.


    Não irei alongar-me. Conto que as "entrelinhas" façam o que delas se espera...

    Venho, com um sorriso, dizer-lhe que fui alguém deveras priveligiado. Vi-a brilhar, nesse que é um dom raro e é seu. Crescer, em cada frase, misturando fantasias e realidade, numa fusão mais que perfeita. Não sei qual é a fonte de onde bebe... sei que é, por certo, rica , frutuosa, perfumada. Uma Benção para os sentidos.


    Sei mais...

    Sei hoje que não saberei sobre a "fé" de que me falou um dia. Nem se se tratava de uma teoria da "migração das almas" "personalizada", ou uma "versão simplificada" da alegoria da caverna...
    Se me desafiava ou nem por isso...

    Fico sem saber se os "espiritos" se reproduzem, como são escolhidos os "hospedeiros"... Também não saberei se as almas são, umas, mais espertas, outras, tontas, tontinhas de todo... e porque assim são umas e outras? Quem decide, quando e com que autoridade? Também não saberei se "espiritos", as "almas", as "entidades", é "tudo a mesma coisa", ou se profiro uma heresia...


    E, estou mesmo a ve-la(s):

    A "pequerrucha": nããão! não quero nada perguntas dificeis agora... (com um pézinho teimoso a "sapatear");

    A "mediadora":sim, hei-de responder-lhe. quando pensar melhor no assunto. isto é uma coisa de fé, sabe? mas, hoje, hoje tenho umas perguntas para si. são mais importantes. a sério!

    A "calculista": Humpf!... explicações?! são uma chatice! não dá gozo nenhum, nem eu tempo tenho para essas coisas piquenas!

    A "sedutora": hummm. com tantos e tão interessantes assuntos para se falar...

    E sei, que sorri ao reconhecer-se neste "quadro".
    Também eu.


    Saiba, ainda, que estou grata. Porque sei que me deu o melhor da essência de Si. Partilhou-se comigo. Verdadeiramente. E não o faz com facilidade nem com "muita gente"...


    Pelo muito que me trouxe... Pelo muito que me deixa... Estou-lhe grata. Um verdadeiro privilégio, afirmo.


    E, serena.
    Porque me distancio quando se aproxima de outras realidades que a trazem feliz. Que a preenchem, verdadeiramente. Sem "virtualidades"... e, por certo, repletas de virtudes.
    Acredito, profundamente, neste novo caminho que trilha. No muito de bom que lhe trará.


    É tempo para outras "Liberdades"! Outros espaços! Sem timidez, Força!


    Guardo de si, Tudo.
    E Levo-a comigo. Como um pedaço importante de Vida vivida.


    Honro, mais uma vez, o que um dia lhe garanti não permitindo que o que foi bonito e nosso, possa ser outra coisa que não isso mesmo.



    O abraço com que a acolhi é aquele que aqui lhe deixo. Na certeza de que o que foi nosso, o é, e, saiba, será.

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