Em Fevereiro de 2009 saí do local onde vivi sete anos. Saí do centro de Lisboa para ir viver para a Q. Lambert. Não desgostei, aliás passei a gostar muito. Lá reencontrei a S. a minha amiga de infância mais antiga e a Jo. A Jo recebeu-me lá em casa de forma tímida. E aos poucos começamos a aproximarmos-nos no cozinha. A S. estava com o namorado (já são noivos?) e a Jo estava sozinha durante a semana. Os cigarros eram fumados na cozinha e foi lá que eu e a Jo começamos a nossa amizade. Depois a conversa foi surgindo e começamos a jantar juntas. Criaram-se hábitos contigo, minha amiga. A nossa amizade cresceu e tornamos-nos confidentes. Como vários vezes comentamos, tínhamos a relação perfeita durante a semana. Tu cozinhavas quase sempre, eu lavava a loiça. Brigavas comigo se fumava demasiado e cedeste-me o teu sofá. A tua mestria com o controle, tornou-me mais organizada mesmo assim continuei a falhar nas limpezas doméstica. E a paciência que sempre tiveste comigo? Eu ouvia-te mesmo quando a minha cabeça estava noutro sítio qualquer. Se estávamos tristes, percebíamos e nem era preciso dizer nada. De vez em quando, trocávamos abraços e obrigaste-me várias noites a ver telenovelas. Não me vou esquecer de todos os nossos hábitos. Muito menos de ti. Das nossas conversas tardias em que eu bebia não sei quantas garrafas pequeninas de rosé e tu bebias uma cerveja só para me acompanhares. Das nossas filosofias e das coisas que aprendemos juntas.
Passados dois anos as coisas deram uma volta de 180 graus. A ideia era morarmos juntas mais alguns anos, lembras-te? De repente, temos de sair daquela casa e tu voltas para Santárem. Sábado despedimos-nos com um até já. E agora ando pela casa e por vezes, acontece-me passar à frente do teu quarto e olhar como se estivesse à tua procura. Chego a casa e fazes-me falta. Já nem tenho cozinhado. Ando pelo quarto e pela cozinha onde continuo a fumar. Deixou de ser a nossa casa para ser uma casa sem qualquer tipo de identidade. E quero, quero muito sair de lá. E sei que vou ficar bem e que vou ser feliz a viver com a MJ porque com ela ganhei uma família. Não tenho qualquer dúvida. Sei que sabes que ficarei bem entregue tal como eu sei que tu também ficarás bem. Mas aquela era a nossa casa, o palco da nossa amizade e tu já não estás lá. Tenho muitas saudades tuas. Eu sei que não nos perdemos mas é como se isso tivesse acontecido. E isso lembra-me como estou cansada de perder pessoas de quem gosto.
Gosto muito de ti, minha amiga.
Até já.
Passados dois anos as coisas deram uma volta de 180 graus. A ideia era morarmos juntas mais alguns anos, lembras-te? De repente, temos de sair daquela casa e tu voltas para Santárem. Sábado despedimos-nos com um até já. E agora ando pela casa e por vezes, acontece-me passar à frente do teu quarto e olhar como se estivesse à tua procura. Chego a casa e fazes-me falta. Já nem tenho cozinhado. Ando pelo quarto e pela cozinha onde continuo a fumar. Deixou de ser a nossa casa para ser uma casa sem qualquer tipo de identidade. E quero, quero muito sair de lá. E sei que vou ficar bem e que vou ser feliz a viver com a MJ porque com ela ganhei uma família. Não tenho qualquer dúvida. Sei que sabes que ficarei bem entregue tal como eu sei que tu também ficarás bem. Mas aquela era a nossa casa, o palco da nossa amizade e tu já não estás lá. Tenho muitas saudades tuas. Eu sei que não nos perdemos mas é como se isso tivesse acontecido. E isso lembra-me como estou cansada de perder pessoas de quem gosto.
Gosto muito de ti, minha amiga.
Até já.
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