Uma amiga minha publicou no Facebook fotos do tempo em que andávamos num Colégio de Freiras. Dos 4 aos 14. Observar aquelas fotos provocou em mim um sentimento de nostalgia e emoção. Aperceber-me do que mudou nestes 11 anos que passaram. De menina a mulher. De criança despreocupada a indivíduo no mercado de trabalho preocupado com o dia em que se recebe o ordenado. Fui feliz naquele colégio. Poucas amizades mantiveram-se. Mas olhar para trás é ficar com um sorriso na cara. Lembrar-me da cantina onde se vendiam os melhores bolos que alguma vez comi. (Vá, excepção para o melhor bolo de chocolate do mundo). A hora do recreio. A rebeldia que nos fazia usar apetrechos no vestuário que eram proibidos. A curiosidade pelos rapazes. A eminência das mulheres na minha vida. Do passar a sair do colégio pela mão da mãe ao esperar pelo pai à porta da escola. Da récita do último ano. Da despedida. Das vezes que lá voltei para matar saudades. Dos momentos felizes e das perguntas que comecei a fazer. Do turbilhão já existente. Da poesia. Da primeira vez que escrevi. Tudo começou ali. Quem diria que estes 11 anos passariam tão rápido. Do ser mulher e do querer voltar à criancice. Onde o mundo parecia um local bonito para se estar.
Tenho saudades dos passeios da escola. De jogar à macaca no intervalo. Das festas de aniversário. Dos dias de deporto escolar. De estar na capela a tentar lembrar-me dos meus pecados para os confessar ao padre. Do chá de camomila quando doía a barriga. Das intrigas tão pequeninas. Dos corpos femininos a transformarem-se. Dos jogos de volley e basket nos intervalos. Dos gelados gratuitos quando era o aniversário do colégio. Das aulas de história e português e das vezes que fui expulsa da sala nas aulas de ciências naturais. Do dia da festa de carnaval. Da aula 100. De ajudar a dar de comer aos mais pequeninos na hora de almoço. Das freiras e das contínuas que nos tratavam como família. Bons tempos estes que já lá vão.
11 anos depois, curso concluído, trabalho das 9h às 19h30. Deixei de ser menina do papá para aprender a cortar os laços e acolher a independência. Coração cheio de remendos. Corpo gasto. Narcisismo e loucura. Pensar em ter filhos. Solteira e com mais vontade de assim permanecer. Ímpeto de fugir. Emigrar para longe. Talvez Londres. Ou os campos de Itália. Sentido de humor apurado. Encher-me de livros que ainda não li. Cansar-me deste mundo de mal amados. Assumir-me como Mulher. Ser individual. Poema ainda não escrito. Dias e dias por descobrir. Recolher-me de memórias que fizeram de mim o que sou. Deixar o rancor de lado e seguir em frente. Mais longe do passado e com um pé no presente. Viver. Acreditar que é tão precioso e imediato fazê-lo.
Tenho saudades dos passeios da escola. De jogar à macaca no intervalo. Das festas de aniversário. Dos dias de deporto escolar. De estar na capela a tentar lembrar-me dos meus pecados para os confessar ao padre. Do chá de camomila quando doía a barriga. Das intrigas tão pequeninas. Dos corpos femininos a transformarem-se. Dos jogos de volley e basket nos intervalos. Dos gelados gratuitos quando era o aniversário do colégio. Das aulas de história e português e das vezes que fui expulsa da sala nas aulas de ciências naturais. Do dia da festa de carnaval. Da aula 100. De ajudar a dar de comer aos mais pequeninos na hora de almoço. Das freiras e das contínuas que nos tratavam como família. Bons tempos estes que já lá vão.
11 anos depois, curso concluído, trabalho das 9h às 19h30. Deixei de ser menina do papá para aprender a cortar os laços e acolher a independência. Coração cheio de remendos. Corpo gasto. Narcisismo e loucura. Pensar em ter filhos. Solteira e com mais vontade de assim permanecer. Ímpeto de fugir. Emigrar para longe. Talvez Londres. Ou os campos de Itália. Sentido de humor apurado. Encher-me de livros que ainda não li. Cansar-me deste mundo de mal amados. Assumir-me como Mulher. Ser individual. Poema ainda não escrito. Dias e dias por descobrir. Recolher-me de memórias que fizeram de mim o que sou. Deixar o rancor de lado e seguir em frente. Mais longe do passado e com um pé no presente. Viver. Acreditar que é tão precioso e imediato fazê-lo.
As palavras estão a regressar.
ResponderEliminarÉ Bom ler-te deste modo!
Cátia Carlos
Estivemos lá 10 anos. Tu dizes que já passaram 11 desde então. Para nós sao 23! Queixavamo-nos da farda, da Dona Idina, da Irmã Beatriz, da Irmã do Bom Jesus, da GRANDE Irmã Zélia.. e de tantas outras. Mas acredito que hoje somos melhores e mais mulheres por causa desses 10 anos. Fizeram de nós aquilo que os outros não são! E quando rapaste metade do cabelo e o pintaste de azul? E eu com as minhas tranças mais compridas do que o resto do cabelo? Gostava de voltar lá, no dia de apresentação da Récita aos melhores amigos.. e em apenas 3 horas recordar tudo o que foi diferente apenas por sermos parte daquela familia tão especial.. So quem lá passou percebe isso!
ResponderEliminarUm beijinho especial..
Gosto de ti desde sempre !!
da tua,
Fia.
Pronto, Fia.
ResponderEliminarEscusavas era de recordares-me o dia em que a minha irmã resolveu rapar-me metade do cabelo e pintá-lo primeiro de loiro, depois laranja. Dizia-me "A mana faz estes penteados ás meninas da tua idade de Lisboa", e eu acreditava e achava muito in. lol Ai, realmente, como as coisas mudam.
E as tuas tranças eram bonitas! :)
Sim, voltarmos lá seria muito muito bom! Ao que parece fecharam a cantina... fiquei triste ao sabê-lo.
A propósito daquelas fotos, já já recebi convites de outras colegas nossas. ahaha o que eu já me ri. Estamos todas tão diferentes! Bem mais engraçadas :P
Um viva à n/ amizade. 23 anos. Há coisas que nunca mudam :)
Também gosto muito de ti!
Beijo :)