há uns dias para cá que me comecei a imaginar de mochila às costas com portátil lá dentro, muitos livros, música. ir para algum lugar com verde e muito mar. uma cabana com um sofá enorme e confortável. também lembrei-me do pão de mafra fresquinho e chá frio. ou copo de vinho tinto ao final do dia. e depois escrevia e escrevia muito. não tenho qualquer pretensão a tornar-me numa escritora. ainda menos pseudo. mas desde sempre que me revejo com aquela personalidade de escritor atormentado, génio difícil e que gosta de fugir de vez em quando para se dedicar unicamente à escrita. seria só isso. não ia escrever um livro. não. nada disso. ia só fingir e vestir-me para o acontecimento de passar uns dias só a escrever. e a nadar. e a pensar.
ultimamente ponho-me a sonhar. acordada. só sonho acordada. de resto, a dormir só mesmo pesadelos. ando com vontade de vida a duas. ando, é verdade. tenho duas amigas minhas que vão rir imenso a ler isto. é verdade meninas, ando com sede de partilha. e de paixão e de amor. e até penso em crianças. já tenho os nomes. foram escolhidos ao pormenor. pronto. não sei se sou uma pessoa de família. acho que nunca fui. nunca tive esse sentido. talvez porque a minha família está toda separada e não há grande comunhão. mas se calhar para mim quero isso. uma família. e agora com a história do casamento, raios partam, que dou comigo a pensar nisso. e na lua de mel? pois é. um mês inteiro. bem, não sei muito que dizer disto. até sei mas vou guardar para mim.
eu sou solitária. não temo a solidão. gosto de estar sozinha. isto também vem da educação. cresci como filha única apesar de ter uma meia irmã. 18 anos separam-nos. portanto cresci sozinha. e tinha amigos. mas lembro-me perfeitamente de chegar a casa, fechar-me no quarto, pegar nos meus nenucos e fazer-me de mãe. ou ouvir música e cantar. (na altura achava que cantava maravilhosamente bem). também foi aí que comecei a ter conversas comigo própria em silêncio. de facto, isto de ter consciência falante tem muito que se lhe diga. mas a verdade é que gostava de estar sozinha. e cansava-me muito rapidamente de estar em grupo. hoje em dia é assim. mas estou melhor. comecei a apreciar verdadeiramente a companhia dos outros. já aqui falei disto. sentir-se confortável connosco e gostar de estar só é uma grande aprendizagem. é conhecer-nos ao detalhe. e é crescer também. aqui não existe qualquer despudor pelo o outro. não. tal como não há nenhum individualismo levado ao extremo. o meu egocentrismo e narcisismo são saudáveis. são características minhas que percebo agora que podem ser conciliáveis com a partilha. sim. porque isto de tentar sermos diferentes, ou nos anularmos porque estamos numa relação ou gostamos de alguém é uma parvoíce. sei do que falo. já cometi esse pecado. grande erro. mas pronto depois aprendi. isso é que interessa, certo? de facto, é muito bom continuarmos a sermos nós próprios. é mesmo muito bom. tal como, quando gostam de nós assim. mesmo que tenhamos vários e sisudos defeitos. porque temos. a perfeição nem nos sonhos devia existir e há que entender que ceder é diferente de nos transformarmos perante o outro. não é sinal de fraqueza. não é. não quando há um bem comum a ser protegido. desde que exista equilíbrio. pois é. equilíbrio. é algo que gosto. para quem anda de um lado para outro, um minuto num extremo, três no outro, equilíbrio é uma palavra importante. é quase, ou é, como um principio a ter em conta.
percebem porque é que eu não podia ser escritora? comecei a falar no raio da fugida para a cabana e acabo isto a falar da partilha e do equilíbrio. eu bem digo que sou desorganizada. um dia mostro aqui a minha secretária. é de fugir (literalmente). papeis por todos os lados. já perdi alguns que depois encontrei. isto na advocacia é pior que a emenda. portanto, consegui obrigar-me a colocar tudo em capas e a espalhar pelo pc post its para não me esquecer das coisas. também arranjei uma agenda. mesmo assim isto é o caos. tal como o é a minha cabeça e o meu coração. a que se deve isto? há luta constante entre a emoção e a racionalidade. e posso vos dizer, desta vez, não está a ser nada fácil virar costas ao coração. cheio de remendos e com problemas respiratórios. mas pronto, que há a fazer? o pequeno respira, e salta e emociona-se. e é rebelde. e depois vira-se para a razão e diz: pois é. tu és uma vaidosa. andas a pavoneares-te pela casa onde habitas. achas-te a melhor e tal. deves achar que tens piada. mas ninguém te quer. é melhor que entendas isso. ninguém quer uma razão que nos tenta constantemente alertar para os perigos e as consequências dos riscos. ninguém quer isso. porquê? ah perguntas tu porquê. afinal sabes fazer perguntas. julgava-te mais snob. ninguém quer isso porque por mais que faça mossa. por mais que doa. à data da morte serão mais felizes aqueles que escolheram este órgão masoquista a que chamamos coração."
agora sim imagino as minhas duas amigas supé românticas e idealistas a rebolar pelo chão e a rir às gargalhadas. pois é, devo ser louca.
ultimamente ponho-me a sonhar. acordada. só sonho acordada. de resto, a dormir só mesmo pesadelos. ando com vontade de vida a duas. ando, é verdade. tenho duas amigas minhas que vão rir imenso a ler isto. é verdade meninas, ando com sede de partilha. e de paixão e de amor. e até penso em crianças. já tenho os nomes. foram escolhidos ao pormenor. pronto. não sei se sou uma pessoa de família. acho que nunca fui. nunca tive esse sentido. talvez porque a minha família está toda separada e não há grande comunhão. mas se calhar para mim quero isso. uma família. e agora com a história do casamento, raios partam, que dou comigo a pensar nisso. e na lua de mel? pois é. um mês inteiro. bem, não sei muito que dizer disto. até sei mas vou guardar para mim.
eu sou solitária. não temo a solidão. gosto de estar sozinha. isto também vem da educação. cresci como filha única apesar de ter uma meia irmã. 18 anos separam-nos. portanto cresci sozinha. e tinha amigos. mas lembro-me perfeitamente de chegar a casa, fechar-me no quarto, pegar nos meus nenucos e fazer-me de mãe. ou ouvir música e cantar. (na altura achava que cantava maravilhosamente bem). também foi aí que comecei a ter conversas comigo própria em silêncio. de facto, isto de ter consciência falante tem muito que se lhe diga. mas a verdade é que gostava de estar sozinha. e cansava-me muito rapidamente de estar em grupo. hoje em dia é assim. mas estou melhor. comecei a apreciar verdadeiramente a companhia dos outros. já aqui falei disto. sentir-se confortável connosco e gostar de estar só é uma grande aprendizagem. é conhecer-nos ao detalhe. e é crescer também. aqui não existe qualquer despudor pelo o outro. não. tal como não há nenhum individualismo levado ao extremo. o meu egocentrismo e narcisismo são saudáveis. são características minhas que percebo agora que podem ser conciliáveis com a partilha. sim. porque isto de tentar sermos diferentes, ou nos anularmos porque estamos numa relação ou gostamos de alguém é uma parvoíce. sei do que falo. já cometi esse pecado. grande erro. mas pronto depois aprendi. isso é que interessa, certo? de facto, é muito bom continuarmos a sermos nós próprios. é mesmo muito bom. tal como, quando gostam de nós assim. mesmo que tenhamos vários e sisudos defeitos. porque temos. a perfeição nem nos sonhos devia existir e há que entender que ceder é diferente de nos transformarmos perante o outro. não é sinal de fraqueza. não é. não quando há um bem comum a ser protegido. desde que exista equilíbrio. pois é. equilíbrio. é algo que gosto. para quem anda de um lado para outro, um minuto num extremo, três no outro, equilíbrio é uma palavra importante. é quase, ou é, como um principio a ter em conta.
percebem porque é que eu não podia ser escritora? comecei a falar no raio da fugida para a cabana e acabo isto a falar da partilha e do equilíbrio. eu bem digo que sou desorganizada. um dia mostro aqui a minha secretária. é de fugir (literalmente). papeis por todos os lados. já perdi alguns que depois encontrei. isto na advocacia é pior que a emenda. portanto, consegui obrigar-me a colocar tudo em capas e a espalhar pelo pc post its para não me esquecer das coisas. também arranjei uma agenda. mesmo assim isto é o caos. tal como o é a minha cabeça e o meu coração. a que se deve isto? há luta constante entre a emoção e a racionalidade. e posso vos dizer, desta vez, não está a ser nada fácil virar costas ao coração. cheio de remendos e com problemas respiratórios. mas pronto, que há a fazer? o pequeno respira, e salta e emociona-se. e é rebelde. e depois vira-se para a razão e diz: pois é. tu és uma vaidosa. andas a pavoneares-te pela casa onde habitas. achas-te a melhor e tal. deves achar que tens piada. mas ninguém te quer. é melhor que entendas isso. ninguém quer uma razão que nos tenta constantemente alertar para os perigos e as consequências dos riscos. ninguém quer isso. porquê? ah perguntas tu porquê. afinal sabes fazer perguntas. julgava-te mais snob. ninguém quer isso porque por mais que faça mossa. por mais que doa. à data da morte serão mais felizes aqueles que escolheram este órgão masoquista a que chamamos coração."
agora sim imagino as minhas duas amigas supé românticas e idealistas a rebolar pelo chão e a rir às gargalhadas. pois é, devo ser louca.
OS DEUSES ENLOUQUECERAM!!!
ResponderEliminar'Tá bonito, 'tá!!!
Ficam-te bem esses sentimentos!
É ver racionais a ficar com a cabeça em água quando se dão com emocionais, é o que é!
Claro que já me ri! mas é uma risada amiga!
ahaha pois é, eu bem que tento combater e mostrar-me indiferente. mas não dá. é deixar rolar e depois logo ver. got with the flow :)
ResponderEliminarJá tenho saudades tuas e da outra vizinha. e das outras vizinhas de cascais. nunca mais tivemos o nosso pôr do sol. chuinf.
Quem são essas amigas emocionais???
ResponderEliminarNão sei de quem estás a falar, mas de qualquer forma é bonito ver-te a deitar esses sentimentos cá para fora. E fico feliz por aquela menina que brincava e falava sozinha, agora conseguir estar em grupo...e principalmente, no nosso grupo. lov u***
baby**
ResponderEliminarobrigada pelo comentário.